Terra de santa Maria, navio negreiro.
Sistema imperialista para o povo brasileiro
Nas plantações de café o negro suava sangue
E na favela passa o taipe e filme de bang-bang
E as senzalas espalhadas na periferia
Não são tão diferentes do que já foi um dia
E os governantes tratam o povo de um modo ingrato
Se fingem ser aliados, mas são capitães do mato.
Branco nobre ganha bem com cargo na presidência
E o pretinho bem estudado e doutor em decadência
Dificilmente ele consegue um cargo majoritário
Advogado formado virou gari ganha um salário
Só falta vir um chicote de mãos européias estralando
nas costas
No meio de gritos de dor, xingamentos neguim de bosta.
tá achando que esse seu couro e mais valioso que o meu
chicote
Anda logo neguim vagabundo, faz logo o seu trampo e
enche meu malote.
E o neguim com as costas sangrando de joelhos orando
pede a Deus do céu
SENHOR tem piedade do povo faz nascer de novo à
princesa ISABEL.
E as correntes foram quebradas por preto ZUMBI
Que pros QUILOMBO DOS PALMARES teve que fugir
Lutando por um ideal de liberdade aos irmãos
Mesmo sendo assassinado ficou sua intenção
Sua lição hoje e seguida por muitos do gueto
Levante a cabeça tenha honra por ser preto
Liberdade se conquista principalmente com brio
Mais vale uma palavra que um tiro de fuzil
Se você diz não perceber o descaso da elite
Então eu não sei dizer em que planeta você vive
Por que no planeta terra a maldade impera
Pra negro, pra pobre e pra humilde nunca houve
primavera.
Olhe pra todos os cantos você ainda vê a escravidão
Crianças sendo exploradas e violentadas na
prostituição
E os seus pais que nem desconfiam e acham que a filha
esta na escola
E a garota de apenas dez anos e violentada por uma
esmola
E um safado na tela da GLOBO diz que vai acabar com o
trabalho infantil
Depois sai atrás dessas meninas manchando a imagem do
nosso Brasil
Eles acusam os negros de tudo,
até dos estupros que eles cometem.
E o negro coitado guerreiro
vai para a cadeia e eles se divertem
E a algema da ignorância e da hipocrisia
está presa ao pulso
Do pobre negro de senzala
e o chicote estrala no preto multiuso
A sinhazinha na senzala compra a briga dos irmãos
Indo contra o preconceito dos brancos do casarão
até que ela se apaixona pelo neguim da senzala
E o seu pai sabendo disso pro neguim encomenda a vala
Não encosta na minha filha pra não sujar a minha
família
Neguim desgraçado, preto imundo você e o verme que
infesta o mundo.
E o neguim coitado abaixa a feição
Cadê a moral pra lutar com o chefão
Ele tenta esquecer aquele seu amor
Pelo emprego da mãe
Ele segura a dor
Sentindo o racismo e o preconceito
Que queima o amor que esta no seu peito
Novamente ele olha chorando pro céu
Senhor quando será que vira a ISABEL
Os grilhões foram quebrados
O meu povo libertado
Obrigado Isabel
Pela carta ter assinado
Mas o grilhão mais resistente esta na sua mente
Você e escravo do que você faz
Por isso o racismo e tão persistente
Cada vez mais vejo negros de pensamentos imundos
Subjugando sua raça
Tentando fuder o mundo
Faca a libertação da sua mente escravizada
E com inteligência suas palavras valem uma rajada