Felicidade, passei no vestibular
Mas a faculdade é particular
Particular, ela é particular
Particular, ela é particular (pois, é!)
Particular, ela é particular
Particular, ela é particular
Livros tão caros
Tanta taxa pra pagar
Meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro, alguém teve que emprestar
O meu dinheiro, alguém teve que emprestar
O meu dinheiro, alguém teve que emprestar
O meu dinheiro, alguém teve que emprestar
Morei no subúrbio
Andei de trem atrasado
Do trabalho ia pra aula
Sem jantar e bem cansado
Mas lá em casa à meia-noite
Tinha sempre a me esperar
Um punhado de problemas
E criança pra criar
Para criar, só criança pra criar
Para criar, só criança pra criar
Para criar, só criança pra criar (ê)
Para criar, só criança pra criar
Mas felizmente eu consegui me formar
Mas da minha formatura nem cheguei participar
Faltou dinheiro pra beca e também pro meu anel
Nem o diretor careca entregou o meu papel
O meu papel, meu canudo de papel
O meu papel, meu canudo de papel
O meu papel, meu canudo de papel (oi!)
O meu papel, meu canudo de papel
E depois de tantos anos
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês
Muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo de um pobre-coitado
E quem quiser ser como eu
Vai ter que penar um bocado
Um bom bocado, vai penar um bom bocado (é!)
Um bom bocado, vai penar um bom bocado
Vai contar com a boa-vontade
De um professor, salário minguado
Um bom bocado, vai penar um bom bocado
Pra pagar a faculdade
Que é particular, não aceita fiado
Um bom bocado, vai penar um bom bocado
É, um bom bocado, vai pagar um bom bocado