Ora veja você (ora veja você)
Se eu não tenho cara de um bom carioca?
Tenho cara de otário ou feição de boboca
Pra nego querer vir dando decisão?
Quando estou numa boa
Naquela de à toa ou no meio do embalo
Vem logo um malandro pisar no meu calo
Não está direito! Não está certo, não!
Num certo pagode na Boca do Mato
Um cara mulato me desacatou
Fui atrás do malandro e no Largo da Lapa
O sapato derrapa e quase que eu me vou
Outra vez foi num baile na Aldeia Campista
O contrabaixista mexeu com a Lulu
Eu lhe disse: “Malandro, repete o que disse!
Se ele repetisse, eu tava no Caju!
Ganhei uma preta no Rio Comprido
Que tinha um marido, um cunhado e um irmão
Um dia num bar da André Cavalcanti
Tomei um flagrante e um bom pescoção
Outra vez foi no Largo da Segunda-Feira
Depois na Mangueira e na Praça Mauá
Toda vez que um dos três desses caras me acha
É tapa e bolacha, não importa o lugar