Eu vou te contar um causo
E outro que aconteceu
Lá no Capão do Pinheiro, oi lai, lai
Um bezerro que nasceu
Nasceu de madrugadinha
Ao meio-dia mamou
Às quatro horas da tarde, oi lai, lai
Muitos bois ele surrou
Eu ia passando na estrada
Uma moça me chamou
Se o bezerro é de venda, oi lai, lai
Um conto por ele eu dou
Bezerro não é de venda
É do nosso imperador
Pois muitos contos de reis, oi lai, lai
O dono dele enjeitou
O berro desse bezerro
O vento paralisou
O nosso povo em geral, oi lai, lai
Todo ele se admirou
O touro pai do bezerro
Que veio da vacaria
Berrava em cima da serra, oi lai, lai
Mais de trinta légua se ouvia
A vaca mãe do bezerro
Que era uma vaca afamada
Dava uma arroba de queijo por dia
E dez guampas de coalhada
Fora cem litros de apojo, oi lai, lai
Que ainda o bezerro mamava
Se esta vaca fosse viva, oi lai, lai
A Jeanette comprava
Se não tivesse dinheiro, oi lai, lai
O Nelson pra ela emprestava