Eu creio ser o último boêmio
Que ainda é fiel à tradição
E vê no aplauso por cobiçado prêmio
Um diletante do amor e da canção
Eu incrustei o céu de canções
Cantei saudades em cada lampião
Deixei ternuras em tantos corações
Mas esqueci meu próprio coração
Sinto vibrar bordões dentro de mim
Tenho no peito eterno madrigal
Recordo a flor colhida ao luar
Prêmio que o boêmio tem após cantar
Não tenho queixas nem faço restrições
Se fui boêmio, também fui amigo
Mas choro ao saber que quando morrer
O último boêmio morrerá comigo