Travesseiro, relicário do meu pranto
Testemunha do meu drama emocional
Quem te abraça entre soluços tanto, tanto
Tem no peito um coração sentimental
Travesseiro carinhoso e sempre amigo
Que eu afago delirante em minha dor
Por capricho tu também és meu castigo
Companheiro na saudade de um amor
Tu te lembras que ela em nossa intimidade
Entre beijos prometia amor sem fim
E eu feliz em minha santa ingenuidade
Não sabia de outros mais antes de mim
Travesseiro na brancura do teu linho
Vejo a marca do batom que ela deixou
Uma sobra que ficou do seu carinho
De outras bocas, que por certo ela beijou