"Não me pede pra ficar
quando eu sei que o que você
mais deseja é se livrar de mim.
Descartável compaixão.
Sua droga particular.
E é tão romântico fingir não ver que
eu não sou mais que outro vício qualquer
em que você pendura os ossos pra ter
outra noite pra viver e esquecer.
Escuto tuas promessas...
Me paga um drink... Tudo bem.
Eu me vendo pra você.
Bizarra forma de prazer,
fingir estar apaixonado enfim.
Glamour, beijo, solidão,
roleta russa de paixão.
Você enfia os teus dados em mim
pra ver se eu te ajudo a esquecer
que em todas as tuas apostas
o fim é sempre o mesmo.
Te carrego pra casa,
você jura que nunca mais...
é sempre assim...
Eu desligo a tv
mas meu abraço quer você.
Quem diria eu viciado assim
nesse filme infeliz em que
sangrar pelo nariz e esquecer
faz Dr. Jeckyll sorrir.
Tão moderno...
suicídio por exaustão.
Cospe tuas mágoas
em minha língua outra vez
que te observo consumir meu orgulho
e me permito ser assim."