Todo dia de finados faço a minha penitência
Vou visitar meu sertão e rever minha querência
Foi há tempo minha amada terminou sua existência
Esse golpe tão profundo
Levou ela desse mundo para outra residência
Levo na minha bagagem uma coroa de flor
Como aquelas que brotaram no jardim do nosso amor
Levo no peito a medalha com a imagem do senhor
Também levo em minha mente
Uma prece comovente pra rezar em seu louvor
Quando eu chego na querência sinto estremecer o peito
Quando eu olho na baixada o meu ranchinho desfeito
Tiro o chapéu da cabeça como sinal de respeito
Parece que estou enxergando
O meu bem que vai passando pro seu derradeiro leito
Ao entrar no cemitério sem querer meus olhos chora
Me ajoelho em sua campa e rezando nesta hora
Peço em meu pensamento à virgem nossa senhora
Pra santinha imaculada
Proteger a minha amada lá no céu onde ela mora