Seremos, talvez, pedaços de barro
Que um sopro divino criou a razão?
Seremos, então, os seres pensantes
Jogados no mundo, brigando por pão?
Seremos aqueles que foram escolhidos
Pela semelhança ao criador?
Seremos no mundo os inteligentes
Que morrem por moedas de pouco valor?
Se todas as coisas que a gente pergunta
Pudesse alguém responder com clareza
De onde viemos, pra onde nós vamos?
Ninguém saberá me dizer com certeza
No longo caminho que vem do passado
Nós somos a própria história da terra
se a vida existe em outros lugares?
Se o fim é o começo de uma nova era?
Seremos estrelas em noites escuras
Mil pontos de luz suspensos no céu?
Seremos retratos de vidas antigas?
Seremos iguais aos olhos de Deus?
Seremos lembranças deixadas no ontem
Que amigos sinceros não vão esquecer?
Seremos, enfim, pedaços de vida
Que a força suprema deixou perecer?