Ói, não reclama, isabel! não seja azeda!
Tu nem suspeitas do que fica além daqui,
Nunca te aventuraste por qualquer vereda,
Te faltas muito a seres senhora de ti.
Aqui tu tens tuas provisões, tu tens conforto,
Te dou de tudo que uma filha possa ter,
Ainda assim tu ficas co'este olhar retorto.
Ai, como pode tanta ingratidão num ser?
Tu vens com a história de partir pro estrangeiro,
De amontoar dinheiro, retornar com a pompa à mil
Sendo da nata, sendo da aristocracia,
Tendo tua oligarquia, ser burguesa no brasil,
Mas eu conheço, isabel, tua intimidade,
Tu queres com a castidade fazeres um escarcéu,
Verter pecado, deplorar-te nas tabernas
Voltar-te, rabo entre as pernas, reclamando um mundaréu.
Não reclama, isabel!
Cala-te a boca.