COMPANHEIRO
Que tal se a gente ganhasse um dinheiro
e transformasse em um palácio este chiqueiro,
pedisse um novo corte no barbeiro e
ficasse bacana igual um estrangeiro?
E se esquecesse essa de violeiro
pra encarnar um bravo e rude bandoleiro
daquele tipo estilo cangaceiro que
mostra quem manda armando um tiroteio?
Ou se passasse por um trambiqueiro,
prometesse o céu, a Terra e um cruzeiro,
dizendo ser compadre do Cordeiro e
que faz qualquer bobo virar fazendeiro.
Mas se quiser bancar o brasileiro
que tanto faz se é calçada ou travesseiro,
entorna a branca e fica alí, rasteiro; ói,
não tem problema, a gente é companheiro.