Palanqueio quebro o cacho e sento as garra
Puxo na cincha que é pra deixar bem sujeito
Tapeio a boina e peço uma benção pra Deus
Ponho o rabicho pra tirar cosca da cola
Empurro o potro num abraço de soiteira
E nem que queira eu não deixo veiaquear
(Este é meu jeito cada um tem um ritual
E meus bagual eu costumo arrocinar)
(Este é meu jeito cada um tem um ritual
E meus bagual eu costumo arrocinar)
La na fronteira se monta de campo afora
E tine a espora quando beiçudo se arrasta
Mas cá na serra se monta de garrão limpo
Num velho instinto jeito simples de domar
Eu tiro as coscas no passar do maneador
Sei o valor de um pingo descosquilado
(Deixo mansinho, ligeiro e doce de boca
E andar sereno pra china do meu agrado)
(Deixo mansinho, ligeiro e doce de boca
E andar sereno pra china do meu agrado)
Sei pela baba a hora de botar o freio
E nos arreios levo sempre o maneador
Um tirador balançando no meu costado
E na cintura o meu formiga cortador
Um paisandu que eu nunca vi pisar cavalo
E de regalo um cusco pra me amadrinhar
(Venho ao tranquito num flor de picaço oveiro
Pingo que busca a volta pra me carregar)
(Venho ao tranquito num flor de picaço oveiro
Pingo que busca a volta pra me carregar)
Sei que na vida só não domei meu destino
Mas eu insisto tentando lhe amanunciar
Se um dia o diabo chegar se topar comigo
Sento-lhe as garra e vai ter que me carregar
E quando Deus me chamar pra outra querencia
Sei que mi’alma de acavalo vai estar
(Se o patrão velho me der permisso no céu
Sigo domando e nunca mais vou parar)
(Se o patrão velho me der permisso no céu
Sigo domando e nunca mais vou parar)