Se conheceram quando se encontraram numa reunião de família
onde aparentemente estavam todos os parentes de seus pais
Ninguém percebeu quando realizaram seus desejos escondidos
Naquela parte da festa onde era costume usar uma fantasia
Ele pretendia fingir a noite inteira que entendia tudo
Ela confidenciava sem medo sua falta de confiança
Ele não achava o preconceito assim tão prejudicial
Ela não achou legal uma declaração assim tão fria
Mas construíram lá um lar
se casaram sem casa sem rumo
E encontraram lá no mar
um pedaço de terra com muro
E se trataram de tratar da simetria do sofá
A medicina, os medicamentos, a mente, a mentira deitada no escuro
Se ela tivesse uma borracha pra apagar aquele dia
Mais uma bêbada comendo uma maçã no quarteirão
Conheceu um outro cara raramente estranho e
requintadamente esquisito
ele disse que a vida na bolha
é uma escolha fora de foco
é um vaso meio vazio e meio copo
se fechar em suas datas, seus dados
é viver em falso cognato
Amor é amor