Todo galpão é querência
Aos olhos da madrugada
Porta de rumo pro norte
Cuidando tempo e a estrada
Pra quando um sonhos distante
Chegar pedindo pousada
Pra quando um sonhos distante
Chegar pedindo pousada
Todo galpão é querência
Quando o dia desencilha
E se acende um sol vermelho
Num cerne de corunilha
E um mate mistura o gosto
De cacimba e maçanilha
Todo galpão é querência
Toda querência é galpão
Porque há nas duas palavras
Mesmo sentido e razão
De serem o mesmo lugar
E em resumo um coração
Todo galpão é querência
Poncho, baeta vermelha
Pra quando um resto de tarde
Virar garoa parelha
E descer do céu pra noite
Contra o quinchado de telhas
Todo galpão é querência
Se um baio pasta por perto
E a cachorrada ressona
Mas cuida o longe de perto
E um galo ainda acorda o dia
De peito e de bico aberto