É o sol
Que escancara sua boca
Com dentes incandescentes
Na terra do avelóz
Manchando pétalas da última rosa
Vermelha agora é flor de mandacaru
Muro alto desabou
Agora é pedra em minha cabeça
E o que era pó virou porrada
Danado de bom
Como disse o velho lua:
Só mesmo o luar do sertão
Em cada galho seco que eu sinto no couro
Aumenta mais minha vontade de vencer
O meu cavalo é mais forte que qualquer touro
Desembestado e doido sem ter o que temer
No que eu corri já tinham dez me esperando
Um monte de véia rezando, querendo a minha cabeça.
“meu fío nunca se esqueça: passar fome e desacerto,
Louvrada de todo jeito, nesse mundo a gente pena!”
Eu tô ligado, mas eu num me toro não
Pode até ser um treizoitão apontado na minha cara
Num tenho medo de bala, num tenho medo da morte,
Nunca fui cabra de sorte, eu num tenho o que perder!
E já que é pra encarar...
...então a lenha vai comer!