Tava tão bonita aquela vista
um avião passava de lá pra cá
Tava tão tristinho, pra baixo
que o avião pousava sem radar
E não deixava servir no mesmo prato
e nem deixava o último pedaço
e a sobremesa fazia a alegria
doce
Doce saudade do peixe que nadou
Doce saudade do pássaro, voou
pra longe
E abençoava o sal da beira
pisando o chão gelado
pisando o chão de areia
Fazia longos kaminhos
parado comecava a imaginar
o mundo do avesso com gente de pano
E a gritaria correndo além do mar
e a correria gritando no lugar
sobreviveria qualquer peixe fora d'água,
ou se afogaria no dia a dia?