Debaixo do chapéu de couro
Moro eu, mora meu pai
Mora a família toda
Vaqueiro tempo todo
Mundo afora
Vaqueijando a toda hora
Gado brabo a derrubar
Debaixo do chapéu de couro
Eu encontrei a minha vida
Ele é meu tesouro
No meio da boiada estropiada
E na distância da morada
Minha vida e meu pensar
Vaqueiro toca o gado e vai lutar
Caminha que o caminho é caminhar
Tange o gado, vaqueiro
Rebate o gado, vaqueiro
Ajunta o gado, vaqueiro
Mas pra ajuntar e pra contar
Mas guiar e não espalhar
Tem que aboiar
Passa a boiada no fim tudo passa
Vou no coice da boiada
Enquanto eu não passar
Um braço forte, um sentimento forte
E a vida atrás da sorte
Que inda vai chegar
O meu aboio canta uma beleza
De uma vida de certeza sem desanimar
Vivo por uma verdade
Pela liberdade que o campo dá
Vivo porque tenho amor
Que contradiz a dor
Que o mundo quis me dar.