Tá, vamo lá! É feio apontar com raiva seu dedo pra julgar
Pra falar o que calhar, que o melhor vem desde cedo
Tenso é não saber ao certo do que cê tem medo
Há falhas no enredo, cê manipula a lenda
E segue protegido pela força de uma emenda
que nunca existiu
E convenhamos que o Brasil nunca foi o mais honesto
É claro que você também faz parte do resto
Não há necessidade de pôr seu sonho a venda
Distante da verdade, por mais que tire a venda
Entenda: É vendaval, é mal
É hospital no bolso, é calabouço, é carniçal
Um genocídio amável, um sol de oitenta graus
A gente sempre dança nesse lindo carnaval
Pro qual cê tem que ter convite
Tem que ter alguém que indique
Tem que tem que tem que ter, ostentar
é que é chique, man
São tantas coisas que eu tenho pra falar
Rebobina, volta lá de onde você começou
Ou escute sua violência e a sua incoerência (Pow!)
São tantas coisas que eu tenho pra falar
Que eu nem sei por onde eu devo começar
Começa do zero, cancela a apoteose
Parcela na cartela, indução por hipnose
Desejo de consumo transformado em psicose
Norman Bates por Bill Gates, ligeira metamorfose
Entre ricos e famosos tudo brilha mas prefiro meu cafofo
Você é mais bonito, mas seu brilho tá com mofo
E vê que de repente, todo mundo sonha
todo mundo morre, é gente
Tudo é complicado quando se nasce quebrado
Mas se não nasceu quadrado, acho que você entende
Nada está perdido, mas o povo tá iludido
e que todo lixo vende
Seja cauteloso ou a madame se ofende
É trampo ser da massa, ela acha que depende
E defende a pontapés a criação por mordomia
Sambou pela desgraça e fingiu que não sabia
Da grande hemorragia lá de fora da sua terra
O sangue vem correndo, o destino ele não erra
Vai ficar em choque na hora que a porta emperra
E assim o assunto encerra
Que pena, já era, é assim que o assunto encerra
São tantas coisas que eu tenho pra falar
Rebobina, volta lá de onde você começou
Ou escute sua violência e a sua incoerência (Pow!)
São tantas coisas que eu tenho pra falar
Que eu nem sei por onde eu devo começar