Ainda promessa.
O novo dia é só uma cor sem luz,
que os cães dos meus olhos tentam tornar vivaz.
Os ouvidos calados, aguardo a voz da tempestade,
Mas o estranho humor dos ventos é a diáspora do ser
Sou um e sou muitos. Me vejo em cada esquina, carro e
reflexo de vitrine.
Entre medo, ódio e congestionamentos. Sou ilha,
arquipélago.
Sob um céu de cumulus e poluição. Sou planta, buscando
o Sol, viver.
Resistindo a um não-futuro, nas rachaduras da calçada.
Vencer.
Perseverar.
Língua sem palavras.
A elegia na derme da urbe. Tão comuns dizeres.
O dedo no gatilho.
Disparo febres, suor e fúria. E ainda esperança