Terra de gigantes
Levantou cedo, antes do sol raiar
E saiu sem tomar café
Ele desceu o morrão a pé
Antes da cidade acordar
Ele se perguntava todo dia
Quando essa monotonia iria acabar
Mas então se recordava
Que deixava em sua casa mulher e filhos pra cuidar
Duas minhocas de aço
Sem folego e espaço
Um metro pra seis
O sonhar acordar: "ficar despreocupado e virar burguês"
Deixa eu viver nessa terra de gigantes
Deixa eu sonhar que tudo pode mudar
Ela mal conseguiu dormir
Porque seu filho pôs-se a chorar
Dois remédios só pra conseguir
E do trabalho teve não pode faltar
Mas ela agradecia todo dia
Pois tinha seu ganha pão para se sustentar
E na tv a presidente falava, que tudo iria melhorar
Mas no jornal das dez só invés, morte e corrupção
Quem pode tira-la a razão, de viver sua ilusão?
Deixa eu viver nessa terra de gigantes
Deixa eu sonhar que tudo pode mudar
E ninguém pode roubar-nos o sorriso
E o dom de transformar o inferno em paraíso
Nosso futuro foi regado com nosso suor
E a incessante esperança de um amanhã melhor