Como não sou bom de bolso tenho que ser bom de prosa
Viver falando da rosa, saber cantar o amor
Tenho que ser bom de verso, fazer um monte de rima
Tenho que inventar um clima, qualquer coisa pra espantar a dor
Como não sou bom de prata tento ser bom de parola
Tocar a minha viola, ser eterno cantador
Saber cheirar um cangote, ser um pote de doçura
Semeador de ternura, ser balaio de fulô
Te peço, fique comigo aqui na minha cabana
Não te prometo ‘titica' de grana
Mas o meu mais puro amor
Ficando aqui terás verso e poesia
Mil carinhos noite e dia
E a alegria de um cabra namorador
Como não sou bom de banco tenho que ser bom de cama
Manter acesa a chama, ser um bom conquistador
Tenho que ser bom de lero, bom de beijo e de abraço
Dançar dentro do compasso, ter um peito acolhedo