Ô nega linda, dê cá os meus documento
Se atrepe em meu jumento mode a gente flauteá
Se avexe, nega, cuidado c’a sua saia
Enganxe as perna na cangaia pra ninguém tê o que espiá
Vamo pro norte, namorá em Parnaíba, depois a gente arriba
E vai dormí em Quipapá
De Mossoró, depois que eu fô no mato,
Nós se beija e vai pro Crato e faz um neguin por lá
Nega bonita do cabelo de escapole
Ocê sabe que eu sou mole, que eu vou me apaixoná
Vamo simbora que ainda é muito cedo,
Eu quero passá em Penedo prum neguin encomendá
Campina Grande, Itabaiana e Codó,
No sertão do Bodocó nós vai chegá no fim do mês
Em Itabuna eu vou comprá um caçuá que é pra mió acomodá
Os três neguin que a gente fez
Nega cheirosa, coração de saltimbanco
Desapeie de seu tamanco, eu num quero mais passeá
Já andamo muito, corremo o sertão inteiro
Quase te matei de cheiro de tanto sem-vergonhá
Inda sou moço, demoro a ficar caduco
Mas já tô quase maluco com esses pra lá e pra cá
Esse negoço de viajá num dá certo
Dacá pouco nós tem perto de dez neguin pra criá
Ô nega bela, boa da gota serena
Nega sapeca que mora em meu pensamento
Nega dengosa, ocê sabe eu num agüento
Dez neguin é muito nego presse nego véi cria
Nega danada, convém que nós se aquiete
De neguin, já contei sete fora esse que no bucho tá