Meus versos saídos das trevas
De um peito que só esperou
Quantos janeiros passados
Tudo mudado nada mudou
Ainda cantamos os mesmos sertões
Ainda buscamos as tais ilusões
Caminhos e sonhos todos iguais
Buscados por filhos sonhados por pais
Meu pranto arrancado à força
De um coração que se preparou
Ouvindo lamentos cantados
Tudo passado nada passou
Ainda matamos com a força das mãos
Ainda negamos aos nossos irmãos
O encontro sagrado dos seus ideais
Buscados por filhos sonhados por pais
Meu canto gerado no ventre
Na escolha do teto, do par, do afeto
Da vida no campo ou cidade
Ainda esperamos as mesmas lições
Ainda rogamos aos mesmos patrões
Na espera do dia dos termos finais
Da busca dos filhos dos sonhos dos pais