Ouvia lá no fundo do tumbeiro
O clamor de um guerreiro
Condenado a solidão
No mar castigo, degredo do açoite
Adormece negra noite, amanhece escuridão
A dor não resistiu a escravidão
Então se pôs a rezar aos deuses de yorubá
Um acalanto a salvação
Era a fé que acalmava o coração.
Nos cafezais ou nos canaviais
Meu Deus do céu que agonia
Tem piedade de nós oh meu senhor!
Que covardia.
Laialaiá... Braço forte que não cansa,
Não perdia a esperança, não parava de lutar,
Tem canto e dança, no quilombo, alegira
Assinada alforria, liberdade, vai raiar um novo dia.
Valeu... Zumbi valeu! Mas será que já raiou?
Hoje o negro é doutor, não sei bem se ele tem paz,
Correntes, senzalas nunca mais
"Difícil é o nome" do negro esquecer
É a raça em harmonia, o orgulho de dizer
Composição: Zé Paulo Sierra