Todo mês eu recebo
Cartas de um estranho
Marcadas com meu nome
Como parte de um rebanho
Não sei bem se é amor
Ou só perseguição
Surto emocional
Ou só inflação
Mas em Brasília se contam
Muitas histórias com vigor
Mas em Brasília se guardam
Muitas memórias com pudor
(De Brasília, de Brasília, de Brasília)
Com amor
Restos criptografados
Por um poeta canalha
Fazendo da nossa cabeça
Com uma ponta de navalha
Por que ainda aceito
Jogral sem fim?
Se o seu canto pragmático
Não encanta meu jardim
Mas em Brasília se contam
Muitas histórias com vigor
Mas em Brasília se guardam
Muitas memórias com pudor
(De Brasília, de Brasília, de Brasília)
Com amor