[A. Jay A. Jhota]
Preto igual tiziu, "as canela" fina tipo um sabiá
Negro, terrorista. América, gana de Fuzil
Não adianta chiar, sem "blá-blá-blá"
Sua voz não vai ser ouvida, aqui é Brasil
Socialite, artista. Puta que nos pariu!
Dizem que amam o gueto, mas nós "sofreu" e ninguém
Só sentou e assistiu sua novela
Quer salvar a nação, mas não move um dedo por ela
Fome, desnutrição, pé descalço na lama
"Cês ostenta", "eles quer". Vão "se matar" pela fama
Por grana, por moto, mansão, vadia
Mas suas "loirinha" não "quer" os "preto", hein?
Quem diria?
Vim das ruas mais sujas, onde meu povo se mata
Dos lugares mais sórdidos que a Tv não retrata
Onde coragem não vale nada, nem roupa de marca
Animal de estimação é vira-lata, rato e barata
[Max] Refrão
Nessa nação sem rumo
Caminhando sem direção, então vai!
Nessa nação sem rumo
Não sei quem sou, pra onde vou, nem sei mais
[A. Jay A. Jhota]
Vivendo em meio aos escombros, restos de lixo
Entre o azedo do esgoto, lixo, "moquifo". Ah!
É o que sobrou pra "nóiz", sem direito a rejeição
Pra nós o podre da maçã, sem opção
Estoque do Carrefour, vencido, à la carte
O lixo é luxo, só quem vive vai ter sua parte
Improviso, luz de velas e olhe lá
Água da chuva é Chandon, carne de segunda é caviar
Projetos sociais, salvação da humanidade
Pão e circo pro povo, pra disfarçar a verdade maquiada
Nos bastidores de alma lavada
Tão engraçada quanto uma piada mal contada
Minoria revolta, meu povo se acomoda
Entretidos pelo show, conversa fiada
Juventude marginalizada
"Nóiz" é África na cor, Iraque nas "munição" pesada
[Max] Refrão
Nessa nação sem rumo
Caminhando sem direção, então vai!
Nessa nação sem rumo
Não sei quem sou, pra onde vou, nem sei mais
[Max] Ponte
Ei, irmão, esse é o movimento
Que estava, então, escasso da nação
Na televisão sempre é tudo igual
Faz você gastar o seu dinheiro e sentir normal
[Max] Refrão
Nessa nação sem rumo
Caminhando sem direção, então vai!
Nessa nação sem rumo
Não sei quem sou, pra onde vou, nem sei mais