Cenário em comum, de pé as 4 da matina
Engole o café e um pão, pronto pra sabatina
Antes de sair, vai no quarto dos filhos
Abençoa, da um beijo e afaga com carinho
Põe o terno Colombo parcelado em 6 vezes
E a velha camisa branca usada durante meses
Faz sua oração e corre a milhão
Pra chegar no ponto e não perder a lotação
Conta as moeda do seu bolso pra entrar
3 conto é roubo, não dá pra acostumar
Depois de uma hora, chega no Anhagabaú
Sentido pra Sé, baldeação na linha Azul
Povo brasileiro, à mercê de patrão
Mas sem estudo é isso, ou virar ladrão
Tem os seus valores muito mais que monetários
É trazer a paz pra família sem nunca ser milionário
(Refrão)
Subordinado, sem resistência
Olha pra frente e vê se presta continência
Pai de família, desempregado
Já não vê mais diferença entre o certo e o errado
Esses burgueses de classe alta
Tem o mesmo valor que um muleque que pixa o muro
Eu não esqueço do meu passado
E vivo o meu presente já moldando meu futuro
O tempo passa mas a rotina te cansa
Nada muda e só aumenta sua desesperança
Teme o que alcança, não acha possível
Que mesmo pobre de grana, nem tudo tá perdido
Leva o sorriso no rosto quando cumpre seu posto
Quer dinheiro pra viver e não o oposto
Já bate 6 horas no seu Casio de pulso
Pega suas coisas e voa pra dar aula no curso
Não liga pro percurso, acredita na sua força
E nos aprendizados que colhe no meio das pessoas
Ser humano cético, desbravando mistérios
Não é Alexandre, mas constrói grandes impérios
Retrato a realidade, nada o destrói
Pro senado um no bando, pra nóis mais um herói
Mais um pai de família ou seria um mágico?
Que sustenta 4 bocas com um salário trágico!
(Refrão)
Subordinado, sem resistência
Olha pra frente e vê se presta continência
Pai de família, desempregado
Já não vê mais diferença entre o certo e o errado
Esses burgueses de classe alta
Tem o mesmo valor que um muleque que pixa o muro
Eu não esqueço do meu passado
E vivo o meu presente já moldando meu futuro