Sou como o meu dente
Como meu dente da frente
Pus e tirei aparelho
Mas passou dois fevereiros
E ele voltou a entortar
Ele voltou pro lugar
Eu juro que tentei ser o que você queria
Juro que eu fiz tudo o que você dizia
Mas o gesso que você me colocou, me sufocou
Então eu tive que arrancar
Nessa fôrma que você entrou
Eu não entro não
Prefiro nem saber quem eu sou
Do que esta no padrão
Pois eu nasci, não fui fabricado
Mantenha-me, por favor
Sempre desinformado
Odeio shopping Center
Mas não pude encontrar
Um chapéu ortopédico
Pra por minha cabeça no lugar
Senhor encarregado da linha de produção
Da qual fui rejeitado
Me escute com atenção
Se eu não sou o que você tem esperado
Poe o joelho no chão
E reclama com o meu advogado
Nessa fôrma que você entrou
Eu não entro não
Prefiro nem saber quem eu sou
Do que esta no padrão
Pois eu nasci, não fui fabricado
Mantenha-me, por favor
Sempre desenformado
Enquanto seu olho torto
Só enxerga meus defeitos
Na terra de cego
Talvez, um dia eu vire o prefeito
Mesmo sendo caolho, mesmo remelento, desse jeito
Sinto muito mas eu aprendi a dizer
Sinto muito mas eu aprendi a dizer
Sinto muito mas eu aprendi a dizer
Os incomodados que se mudem
Eu não mudo por você
Nessa fôrma que você entrou
Eu não entro não
Prefiro nem saber quem eu sou
Do que esta no padrão
Pois eu nasci, não fui fabricado
Mantenha-me, por favor
O que, o que? Só vocês agora
Desenformado, despirocado, desanimado
Desacreditado, descabelado
Despirocado eu já falei
Desalinhado, desarrumado, desconcertado
Desenformado, desalinhado, desenturmado
Tudo bem
Se esse é o preço
Eu pago
Mas por favor
Me mantenha sempre
Fora da forma