Antigamente era mais jovem
Era mais bela, era bem mais sutil
Como sempre o tempo passou
E como o vício é um artifício
O inicio de um oficio sombrio
Aquela garota não mais voltou
Agora os olhos sem alento
Os movimentos e os sentimentos
São frios
Como quem sente, o tempo parou
Aquela garota da escola
Mergulhou na correnteza de um rio
Mas não se segurou
É mais fácil entrar do que sair
(do que sair)
De dentro da cela, é mais difícil fugir
(Mesmo tendo onde ir)
Todo dia, no fim da tarde
A garota encontrava redenção
Mas na noite, no frio que arde
Alguma coisa lhe apertava o coração
Ela sabia, se sorria
Era devido à mentira em suas mãos
E a fumaça se dissipava
Ficou visível para ela solução
Entorpecida, ficou alta
E a semente clareou sua visão
Sua alma se libertou
O colorido comprimido feito doce
Apareceu em sua mão
Leve como uma criança, brincou
Caminhava pela escola
era tão bela, tão segura de si
Acumulou os pensamentos em dor
Optou pela dormência e anestesia
Para esquecer o vazio
Mas o vazio não acabou
Conversou consigo mesmo
E confessou não saber o que queria
Como sentia ou por que vivia
Em um planeta chamado terra
Onde água é fonte de vida
O eterno dualismo se fará presente
Na jornada de cada dia
Temeu a anomia e uma vida sem sentido
Onde há prazeres a noite e nada é proibido
Ao descobrir a liberdade de ser e existir
Descobriu um novo mundo e esse mundo lhe fez sorrir
Fez valer a breve existência que nos é concedida nesse plano
Não fez da vida um ledo engano
Se a consequência do saber, é não mais se iludir
Tem que ter ginga, leveza e humildade pra não cair
Todo dia, no fim da tarde
A garota encontrava redenção
Mas na noite, no frio que arde
Alguma coisa lhe apertava o coração
Ela sabia, se sorria
Era devido à mentira em suas mãos
E a fumaça se dissipava
Ficou visível para ela solução