Três da madrugada eu tava todo no avesso
Achando minha pobre vida muito menor que um inseto
Um inseto insignificante
Virado de conhaque, vomitado no asfalto
Ouvindo gargalhadas horripilantes, vozes...
Será que eu to pirando?
Eu vi o Nosferatu com os olhos vermelhos me puxando pelo cabelo:
“Vem cá, vou te levar daqui...”
“Mas pô, Nosferatu! Você vai me matar?”
“Não... cê já tá morto, baby!”
Eu tive acesso aos portões do submundo
E ele me convidou pra entrar
Pra beber mais uma dose
Pra beber mais uma dose
“Hm, esse drink tá estranho, essa cor avermelhada
Sei lá, será que eu to bebendo sangue?”
“Mas é claro que você tá bebendo sangue,
você acha que isso aqui é o que?
Casa da vovó, leite com bolinho de chuva, rapaz?
Cê tá bebendo sangue de rato!”
“Mas Pô, Nosferatu, justo um rato, eu tenho um rato, é um bicho bondoso, simpático e muito bom companheiro!”
“Sai pra lá com esse papo verde de natureza:
Hippie, Shangri-la, Gandhi, maconha...
Isso é pura baboseira.”