Garoto da rua que anda rasgado,
Com bolso pesado de bolas de gude,
Que estuda sem livros a filosofia,
Buscando alegria num fardo tão rude.
Garoto da rua que corre na frente
Da turma valente que tasca balão,
Na bola de meia, é craque afamado,
É rei coroado cravando pião.
Garoto da rua que é bamba da zona
Que pega carona melhor que ninguém,
Ao vê-lo, relembro saudosa quimera,
Do tempo que eu era garoto também.