Lá de cima chovia
Chovia
Chovia
E o cinza
Invadia
O dia
E as ruas
Rios
Rios
Rios
Chão enchia
E nem sinal
De céu vazio
Embaixo da chuva que não cessava
A cidade transbordava
Dilúvio total
Até́ que a noite trouxe o breu
E a cidade adormeceu
No escuro cristal
E embarcou num sono-submarino
Sonhando com o destino
De acordar purificada
Pensando bem, era possível
O dilúvio ser o alívio
Da imundície ser lavada