Preso numa sala
Um quadro na parede
A escrita cede
E perde
A pena não vale a noite
O açoite é mudo
E o som do risco não se mede, não se bebe, não se iluda
Mas ela nunca se cala
Encobre a minha fala
Eu não sei
Mas ela nunca se cala
Encobre a minha fala
Não sei
Disputa a minha calma
Sem escolher palavras
Não me interprete
Esquece
Quem nunca riu de si mesmo
Num sonho surdo
Não há ilusão mais fértil que mistura, que simula, bocejar
Mas ela nunca se cala
Encobre a minha fala
E eu não sei
Mas ela nunca se cala
Encobre a minha fala