Aquela noite tinha que ser diferente
Pois deliberadamente ele havia decidido
Chegando em casa jogou seu terno de lado
Não saiu fantasiado de rapaz bem sucedido!
Saiu sem lenço e sem carteira de trabalho
No bolso foi o baralho, a navalha na cintura
Luar brilhando, prateado de beleza
Largou em cima da mesa o anel de formatura!
E despojado de todos os conceitos
Despido de preconceitos e de conduta moral
Aquela noite, por incrível que pareça
Pôs os pés pela cabeça, achando tudo natural!
Bebeu orgulho misturado com cachaça
Comprou briga, fez trapaça ao entrar na jogatina
E há quem diga, não foi pra mostrar coragem
Foi pra fugir da engrenagem, foi pra sair da rotina!
A carne é fraca todavia o santo é forte
Sem ligar muito pra sorte, ou ao que desse a falar
Foi pela noite, cambaleando, misturando
Seus fracassos aos pedaços de luar!