Ê povo forte
Na alma, as marcas da chibata
Quem fez da resistência seu ofício
Sabe que com sacrifício
Liberdade não se mata
Brasil, és o índio ferido
A dor de uma mãe
O herói que é bandido
Espadas, canhões e correntes
A vela que leva o que é dessa gente
Olha o povo na rua
Mostra que é nua a insensatez
A mata desperta, quilombo alerta
Chegou nossa vez (nossa vez!)
De ver renascer a esperança
De um Brasil que é criança
Em tropeços infantis
Que a voz da democracia
Cale a tirania, vencendo os fuzis
Quero ser desse bloco o mestre-sala
Quebrar as grades da senzala
Me libertar dessa loucura
Tirando da fome os barões
Orgulho retinto nos napoleões
Um dia, afinal
Minha alegria não será fugaz
Uma ofegante epidemia anuncia
O carnaval dos carnavais
Vai passar o meu estandarte
A minha gente não foge ao combate
Vai passar a insanidade de um pais
Na academia de samba raiz