Olha as pessoas que passam
Pela janela elas passam
Sem saber por quê
Há um segundo eram o mundo
E agora elas vão em vão
Elas são as pessoas que passam
De perto, tudo é uma ruína
Entre as paredes escuras
Tudo é uma ruína
E ninguém mais passa
Por medo do que se passa
E elas só não querem cuidados
Queimando a noite, feito a ponta dos seus cigarros
De perto, tudo é uma ruína
Os rostos nas calçadas
O vazio bate
O coração maltrata
Vacila entre a saudade e a certeza
De que nada volta e pouco importa
Ele bate fraco
Ele ainda bate
De perto, tudo é uma ruína
Tudo é uma ruína
A cidade é um retrato
Do mundo em 3x4
Tudo é uma ruína
Mas o fim é poesia
Até o dia
Em que ele chega
E se faz parte dessa fotografia
De perto, tudo é uma ruína