Veio um pastor lá da serra
À minha porta bateu
Veio me dar por notícia
Que a minha Lira morreu
O céu se vestiu de luto
A terra escureçeu
Tudu isto são sinais
Que a minha Lira morreu
Morte que mataste Lira
Mata-me a mim que sou teu
Mata-me com os mesmos ferros
Que a minha Lira morreu
Da Vila até a caldeira
Foi a Lira procurada
Do seus trajos só foi vista
A sua saia franjada
Frecas águas de vereda
Da Lira daí-me sinais
Êtego quero beber
Abafar meus fundos ais
De estaré fiquei a noite
Inté vir um ermitão
Quie notiçias me trazia
Do fundo e magno vulcão
Dois entes vejo a porta
Um é Lira com certeza
Outro é um Dontário
Que a salvou e m´a tem presa
Meu cajado vou cruzar
P´ra Lira rogo bater
Mais vale morrer na peleja
Que amor ter para perder
Ao longe sua voz oiço
Meu pranto vai acabar
Junto daquela ribeira
Minha flauta vai tocar
Cantai nobres e senhores
Minha flauta assemelhai
Cantai aves,cantai fontes
Minha Lira acompanhai