Para reviver
Os meus tempos de criança
Pra reviver a minha infância
Lá no meu sertão eu voltei
Parece que tudo
Ali estava me dizendo
De saudade foi morrendo
Pois juro que até chorei
Vi o ranchão
E a casa derrubada
Parei onde ficava a porteira
Bem no canto do terreiro
Vi um passarinho
Que cantava tristemente
Com medo de ver a gente
No galho seco da paineira
Chorei, chorei
Porque a saudade da saudade era demais
Chorei, chorei
Lembro tudo aquilo que era lindo e hoje não existe mais
No mangueirão
Um mourão que ali restou
A cabeça de um boi
Com o tempo deformou
E o monjolo
Que afinava sem parar
Despedaçado ali está
Porque o riacho secou
E na figueira
Onde tanto eu balançava
No riacho onde eu me banhava
Perguntei por que secou
Essa pergunta
Eu mesmo respondi
Pois não cuidaram de mim
Pelo tempo nos devorou
Chorei, chorei
Porque a saudade da saudade era demais
Chorei, chorei
Lembro tudo aquilo que era lindo e hoje não existe mais