Conheci um povoado
Veio caboclo alejado
Com a farta de uma mão
Perguntei do acontecido
Este foi grande castigo
Pois eu só féis judiação.
Eu desde piquininho
Sempre foi pros maus caminho
Nunca tive compaixão
Esta mão que ta fartano
E dum pecado tirano
Que nunca terei perdão.
Uma tarde no portão
Minha mãe chama atenção
Não faça mais judiação
Meu fio oce anda errado
Pra que não mais continuasse
Essa prosa terminasse
Lê dei dois tapa nas face
Foi meu urtimo pecado.
A infeliz cambaleando
I cós zóio lagrimando
Pouco a poco foi fechando
Ela quis me perdoa
Sua vóis já não saiu
Essa do não resistiu
A pobrezinha caiu
Pra nunca mais levanta.
Em solução entrecortado
Passei a noite acordado
Sempre chorando a seu lado
Sem ter mais conçolação
Mais na hora da saída
Enlutô a minha vida
Ela deu a despedida
Mais não pode da o perdão.
Foi perdendo meu sintido
E gritando arrependido
Fiquei um loco varrido
I garrei a machadinha
Vendo a mais triste desdita
E com uma força exquisita
Decepei a mão mardita
Que matou minha mãezinha.