Escreverei os meus sapatos na tua idéia
Escreverei os meus sapatos na tua postura
Escreverei os meus sapatos na tua cara
Escreverei os meus sapatos no teu verbo
Escreverei os meus sapatos nos teus copacabana)
Caminharei os meus sapatos em copacabana
Atrás de livro algum pra ler no fim de semana
Exercitar aquela velha ótica sartreana
Vendo o maxixe falso da falsa loira falsa bacana
O mendigo ensaia o passo lento um carro avança
Sei que não tenho idade
Sei que não tenho nome
Só minha juventude
O que não é nada mal
Regressarei os meus sapatos por copacabana
Na mão direita o sangue de uma história italiana
Escorregar um tango numa casca de banana
Quando cair só vou lembrar da tua risada sacana
O polícia esquece a mão suspensa um carro avança
Sei que não tenho idade
Sei que não tenho nome
Só minha juventudez
O que não é nada mal
(as negras pupilas do verso dilatam)
(os automóveis jorram de um piano)
(as negras pupilas do verso dilatam)
(os automóveis jorram de um piano)