A vida boa do campo me traz muito a recordar
Os bons tempos de criança se eu pudesse voltar
Morar de novo na roça sem ter nada o que pensar
Levantar de manhã cedo
Ouvir lá nos arvoredos os passarinhos cantar
E lá no Ribeirão doce onde eu ia nadar
Na sombra da sangra d'água sentava pra descansar
E quando o sol da tarde começava a esfriar
Ouvia lá da porteira
O sabiá laranjeira cantando em nosso pomar
Que bonito o pica-pau fazer seu ninho no oco
O bando de maritacas sentadas no pé de coco
A codorninha do campo com seu cantar meio rouco
Com as penas todas sujas cantava triste a coruja
Pousando em cima do toco
Eu adorava os sanhaços descer nos pés de mamão
O ninho do canarinho lá no oco do mourão
Fechando os olhos eu sinto
Me vem na imaginação
Tudo isto traz saudade de toda felicidade
Que eu deixei lá no sertão