Sinto minha pulsação conforme o sangue corre
Renovando os meus medos e também o que me move
Deixo as luzes me levarem quando à noite chove
Clareando os meus olhos antes que me desaprove
Não me corte como fez com todos os meus dotes
Antes que negue ou prove, te afirmo sem retoque
Que tentar me remendar para me fazer de seu fantoche
Não será suficiente para impedir que eu me coloque
Não, não há mais lugar
Pra ir sem pensar
No que ficou
Não, não há, perdão
Que possa apagar
A mágoa em nós
Sobe a pressão e surge a rima que explode
Que borbulha e estimula o que há de mais pobre
Pensamento de revolta e mesmo que eu implore
Para mim não há outra forma de curar todos meus cortes
Então vou te devolver na proporção de um molde
Sem margem para o choque que há quando me torce
Agora serei eu quem vai te dar o último toque
Repleto de dor e ódio do seu escravo fantoche
Não, não há mais lugar
Pra ir sem pensar
No que ficou
Não, não há, perdão
Que possa apagar
A mágoa em nós