Jurema, Jurema na beira da praia
com olhar de feiticeira
prendeu na barra da saia
o amor de um capoeira
no brilho da estrela Dalva
viu seu amor chegar
e o sorriso da morena
parecia lua nova
passeando pelo mar
ei! camará, ei! camará
do outro da pedreira
um galo preto cantou
veio outro capoeira
pediu passagem e chegou
rezando pra ter coragem
como seu mestre mandou
um corpo rolou pela margem
da praia de São Salvador
com jeito de tatuagem
que a luz da Bahia riscou
hum hum hum hum hum hum
hum hum hum hum hum hum
Jurema olhando prás águas
encheu-se de mágoas e pôs-se a chorar
e a menina dos seus olhos parecia lua cheia
brilhando na areia, no fundo do mar
Ô Jurema, Ô Jurema
Teus olhos tem tanta pena
que não dá no seu olhar.