Queria fazer poesia,
Sinfonia.
Queria poder cantar as flores.
Porém, mais que os amores
as dores são as cores
de uma terra egoísta
rimando à palavra fascista.
Queria falar sobre o Universo,
confesso
mas há problemas tão sérios
e os mistérios
discutidos assim, com a fome
e o humano sem nome
será falta de coerência.
Se é que eu tenho consciência.
Queria comentar os grandes, os grandes,
os feitos nobres
mas a condição humana, os tantos pobres,
dizem que primeiro é muito mais,
muito mais fenomenal,
analisar, procurar resolver
o problema social.
Esse sofrimento social,
uma consequência trágica
de governos insensatos, somados ao comodismo
de todos nós que esperamos do céu uma tática.
E o milagre da transformação somos nós que faremos.
Eis aí a condição dessa grande mágica.
Somos vértices e temos inteligência suficiente
para construirmos o paraíso permanente.