Ah! Tamanha fogueira
É pó e poeira
e a terra inteira
assiste o sol queimar
Ôh, “Dito” vem vê que é tempo
o sol castigando o gado
secando a brisa do vento
queimando o que foi plantado
O solo já ressecado implora por se molhar
Vem vê o que mais me intriga
que é o nosso filho t‹o magro
querendo por pra barriga
o pouco leite que trago
n‹o sei se bato ou afago pra esse choro pararAh! Tamanha fogueira
É pó e poeira
e a terra inteira
assiste o sol queimar
E o rumo do tal progresso
se desviou do nordeste
deixou o homem sozinho
na imensidão do agreste
só resta a fome, a peste e a sede de prosperar
Muitas famílias migrando
buscando a cidade a frente
e estas vão se tornando
aglomerados de gente
e a miséria contente já tem onde se encostar
Mas como manter o controle da natalidade?
Mas como fazer de repente chover no sertão?
A fé não se fotografa, a pele se desidrata
Parece que está tão perto que assa dentro do coração…