É o tambor de crioula,
É a casa de mina,
É a estrela do norte, boi-bumbá,
Que me ilumina.
Rua de pé-de-moleque,
Casario de azulejo,
Negra-mina abana o leque,
Negro-angola diz gracejo.
Ela mexe o quimbembeque,
Ele segue o sacolejo,
Não há quem não se emboneque
Pra seguir esse cortejo.
Soa o couro do tambor,
Negro bate o pé no chão,
Boi-bumbá rodopiou
Na puxada do refrão.
Esse boi da minha cor
Não tem noutro canto, não,
Só tem na ilha do amor,
São luís do maranhão.
Esse boi é boi arrisco,
Tem olhar de lamparina,
Mete medo, igual corisco,
No menino e na menina.
Mas é só um chamarisco,
Boi-bumbá é dança fina,
É o boi que pai francisco
Dança com mãe catirina.