ADAPTAÇÃO I
Calmante eletrônico não faz mais efeito
Nos daiáis os canais estão todos iguais
Algo deve ter dado defeito
Tá acabando o gás
Veja um, veja dois, veja três
Vejam vocês e vocês vezes seis vezes mais
Calmante eletrônico não faz mais efeito, não faz
Mas tanto faz
Não quero me conformar.
Não tem solução
Não posso me adaptar: desadaptação
Caras curas, às escuras.
Caras coisas, duras caras
Queres tudo ou queres cada?
Se não quiseres da a volta ali
e desce a escada
Ei! Eu to falando contigo rapaz!
É surdo? É louco?
Cê não tá me entendendo?
Que planeta cê tá? Vá te tratar!
A conta ta atrasada
a luz vai ser cortada
Você sozinho não durava nada
Pra aprender vai levar porrada
Não quero me conformar.
Não ponha pressão
Não posso me adaptar: desadaptação
Olha lá quem vem tomar chá
Tranque a porta de novo e de novo e de novo
e de novo, sabe se lá....
Esse cara é o homem bomba.
Ele é o homem bomba.
ADAPTAÇÃO II
Cara carência, o tempo vai.
A Minha ciência distrai
Eu tenho um rumo, sei que eu me arrumo
Reza, prudência, esperai! Espere um pouco
Se tem paciência então não é Louco
ADAPTAÇÃO III
Não sou só chão sujo
Sou o seu caramujo
Não sou só teu sexo
Sou também teu reflexo, ô mulher
Eu não sou só teu homem
Sou também lobisomem
Não sobrou nada de nós
Não sobrou nada pra nós
Somos astrônomas
Ninguém é normal
O que é natural
És especial
És espacial
ADAPTAÇÃO IV
Inviável, inadequado, incapaz, deslocado
Fora do esquema, fora da moda
O problema: esse poema incomoda
Minha opinião é valente, azar o meu se ela é diferente
Fale comigo, fale comigo, fale que o corpo tá quente
Não quero me conformar. Não tem solução
Não posso me adaptar: desadaptação
Adaptação