Pra você que vem de fora
E não conhece a nossa história
Cidade paraíso, cidade natural
É o lema perfeito pra vender cartão postal
O cristo redentor de braços abertos
Quem manda na cidade é o poder paralelo
A facção de cá, guerrilhando com a de lá
Muitas mães vão chorar quando o sangue derramar
O perfil é o mesmo, jovem negro e nordestino
Divididos por fronteiras e unidos por destino
De cima da lage espera o alemão
Que é da mesma raça, que é o seu irmão
Pobre matando pobre no jornal vai dar ibope
Aqui o pão de açúcar não é tão doce assim
Quantas vidas interrompidas
Que não vão até o fim
Torcida organizada se matando na porrada
Polícia despreparada formadora de canalha
Recolhendo propina de favela em favela
Esquecendo o lado que lutam nessa guerra
Quando o morro descer aí eu quero ver
O barril já explodiu, bem vindos a guerra civil
Não adianta chorar quando o rodo ultrapassar
A grade do condomínio
Que é o mais novo presídio
Que te protege do ladrão, mas não da prisão
Prisão social que reflete todo o mal
No meio do tiroteio do sistema anormal
[refrão
Rio de janeiro, vietnã brasileiro
[colagem...]
Sejam bem vindos ao rio de janeiro
Terra de samba, futebol, cerveja, praia e mulher
Aproveitem bem os nossos cartões postais
Arcos da lapa, maracanã, pão de açúcar
Cristo redentos, vista chinesa, pedra da gávea
Floresta da tijuca, copacabana e tal
Terra da beleza natural, terra de bamba
E também da corda bamba
Sejam bem vindos ao rio de janeiro
A cada esquina uma boca de fumo e um puteiro
Aqui quem manda é a contravenção
É o poder paralelo
São eles que bancam a campanha eleitoral
Sejam bem vindos a guerra civil!
Protagonizada por policiais e traficantes
E que deixa a população refém
Giro-flex ligado, ruas sendo patrulhadas
De cima da laje becos e vielas são observados
Muitas mães vão chorar quando o sangue derramar
Porque nessa guerra não existe vencedor
Quando acaba o conflito
Cápsulas ficam deflagradas pelo chão
E o asfalto é manchado de vermelho
Choro a mãe do homem de farda
E também chora a mãe do homem de toca
Não há glórias nessa guerra
Onde o pobre mata o pobre
E a classe dominante assiste tudo de camarote
Sejam bem vindos ao rio de janeiro
Vietnã brasileiro