Ainda me lembro
Há algum tempo
Éramos milhares no movimento
Maioria era de rocha
Ninguém bundava
Nas rádios era a porrada quem mandava
Programação normal sem rap nacional
Pagodeiros safados sempre cagam o pau
Velhos irmãos do movimento trocaram de camisa
Jogaram a boina fora
Deles ninguém precisa
Cabelo paia na moda
Roupa social
As putas tomam cerva nas costas do animal
Mostra o seu corpo a vaca peituda
Chifre na cabeça dum corcunda
Vamos preto, pra Negritude.
Preto agora é marrom
Filhos da puta chamam negro de marrom bombom
Porra, não pode ser não dá pra ser não véi.
Isso não é preto não vem da África não véi
Como é que pode sair do nosso lado
Curtir a porra duma música de cabra e safado
Olha as idéias ‘e ae broto’
Então bote fé
Você pra mim vem do esgoto
Tem jeito não, não dá pra entender.
Como é que troca o movimento só pra crescer
Mas se degradam na sociedade uma ova
Álibi agora vai a forra
Álibi vai a forra, porra!
Cai pra dentro otário
Seu pagodeiro safado
Álibi vai a forra, porra!
Cai pra dentro otário
Seu pagodeiro safado
Rolando aqui na área
Curte só o tanto de bodinho
Soltos nos shoppings das cidades
Não andam sozinhos
Com seus chamados ‘brotinhos’ do lado
Roupas passadas a goma
Cabelos repinchados
Alguns moram aqui
Ao lado da minha quebra
Nunca trabalham, mas usam roupas de novela.
De marca, de propaganda de televisão.
Pra mim não passam de um bando de cuzão
Música sertaneja
Forró Mastruz com Leite
Nunca encaram um irmão na quebra de frente
Dance music, axé music, lambada.
Agita tudo que tá na parada
Música baiana já foi bom
Olha a hora
Mas precisava mudar o seu rótulo agora
De música da terra
Pra música da moda
Bodinhos filhos da puta é foda!
Álibi vai a forra, porra!
Cai pra dentro otário
Seu bodinho safado
Álibi vai a forra, porra!
Cai pra dentro otário
Seu bodinho safado
Nosso movimento ainda não é fiel
Falam de Deus, arcanjos, anjos céu.
Mas a sacanagem continua
(Isso é fato)
Safados carcarás
De bateria e baixo
Roda de brake dentro do quarentão
Irmão de rocha entra com um oitão
Pra fazer merda lá dentro
Noiado já era
Joga um colado por uma ponta de merla
Fora os que entram na roda
Cheios da cachaça
Moinho de vento, giro de cabeça uma desgraça.
Por isso o movimento não é valorizado
Culpa desses pilantras safados!
Álibi vai a forra, porra!
O movimento não pára
Pilantras se separam!
Álibi vai a forra, porra!
O movimento não pára
Pilantras se separam!