Eu sou o Mingo
Vivo na rua dos figos
Sempre quis ter filho
Com uma mulher que vive comigo
Anda comigo
Devide comigo
Seus problemas e conflitos
Seus amigos e inimigos
Seus artigos e abrigos
Mais ela tava com dificuldade
Em engravidar
Em fornicar
Uma criança que consegue me irritar
E me alegrar
Me abraçar e me tira os sapatos
Sempre que eu chegar
7 anos que estamos a procura da cura desta doença
Desta tristeza
Desta frieza
Desta pobreza
Desta firmeza
Nos desistimos dos hospitais
Tratamento tradicionais
Entregamos tudo na mão de Deus
Na mão de quem cuidou do Noé e do Mateus
Orávamos juntos, assistíamos cultos
Mesmo com abuso e insulto
Todos adultos
Estrofe 2
Um dia agente fez sexo
Neste dia ela chorou, lagrimou
E gritou
Porque que tamos a fazer sexo
Se eu não faço filho
Se este gemido não tem sentido
Não tem filho
Neste dia não falei nada, apenas conversei com Deus
Pedi para ele nos ajudar
Porque era muita dor a nos amar e a nos cuidar
Passou uma semana, passou outra semana
na terceira semana
Ela começou a ter sintomas de gravidez
Foi fazer o teste e deu positivo
Na quele dia nos choramos e rimos
Pedimos a Deus, muito obrigado
Estrofe 3
9 meses passaram a ecografia dizia que era gémeos
Que era 2 fetos lindos e todos belos
Dai comecei a faltar no serviço
Para cuidar da minha mulher e filho
Um dia frio e lindo
Passamos bem o dia ate as 5
Minha mulher começa a ter dor do parto
Então eu chamo meu vizinho que tem um carro
Levamos ela para maternidade Lucrécia Paim
Logo que agente cheguei eu chamo uma parteira
conversei com ela
Ela só me olho e me perguntou
Tu tens dinheiro na carteira
Eu disse que aqui não tenho
porque esqueci na atrapalhação
de trazer a minha mulher aqui
a parteira me disse então não tens dinheiro, tu vás ver
dai meus filhos não aguentaram muito, pois a gravidez
da minha mulher era complicada
era estreçada
e eles acabaram por morrer